sábado, fevereiro 05, 2011

POLITICAS EDUCATIVAS II

 Texto resumo da reunião, realizada na Escola B. 2,3 Luisa Todi- Setúbal, elaborado pelo colega Victor Ferreira:
(Texto redigido de acordo com a antiga ortografia)

Santana Castilho, num artigo que o colega Álvaro Santos teve a gentileza de me enviar, justifica o que me move… o que nos move…

«(…) Ultrapassámos os limites do tolerável e do suportável. Ontem, o estudo acompanhado e a área-projecto eram indispensáveis e causa de sucesso. Hoje acabaram. Ontem, exigiram-se às escolas planos de acção. Hoje ordenam que os atirem ao lixo. Ontem Sócrates elogiou os directores. Hoje reduz-lhe o salário e esfrangalha-lhes as equipas e os propósitos com que se candidataram e foram eleitos. Ontem puseram dois professores nas aulas de EVT em nome da segurança e da pedagogia activa. Hoje dizem que tais conceitos são impróprios. Ontem sacralizava-se a escola a tempo inteiro. Hoje assinam o óbito do desporto escolar e exterminam as actividades extracurriculares. Ontem criaram a Parque Escolar para banquetear clientelas e desorçamentar 3 mil milhões de euros de dívidas. Hoje deixaram as escolas sem dinheiro para manter o luxo pacóvio das construções ou sequer pagar as rendas aos novos senhores feudais. Ontem pagaram a formação de milhares de professores. Hoje despedem-nos sem critério, igualmente aos milhares. Os portugueses politicamente mais esclarecidos poderão divergir na especialidade, mas certamente acordarão na generalidade: os 36 anos da escola democrática são marcados pela permanente instabilidade e pelo infeliz desconcerto político sobre o que é verdadeiramente importante num sistema de ensino. Durante estes 36 anos vivemos em constante cortejo de reformas e mudanças, ao sabor dos improvisos de dezenas de ministros, quando deveríamos ter sido capazes de estabelecer um pacto mínimo nacional de entendimento acerca do que é estruturante e incontornável para formar cidadãos livres.»

Esta reflexão e o conteúdo de reuniões em que tive oportunidade de participar com outros colegas docentes motivaram-me… À LUTA!!! À luta porque já basta!

E não fiquei sozinho. Na Básica 2/3 Luísa Todi, em Setúbal, foram cerca de 80, contratados e dos quadros. E estes tantos, que querem somar milhares de vezes outros tantos, como se disse “em bola de neve”, demonstraram na Quinta-feira passada, entre as 18:30 e as 20:00 preocupação com a sua profissão, com a capacidade de acção da chamada Escola Pública, com o seu país. E tiveram ideias.

Mobilizar os que ainda estão parados, do Pré-escolar, do 1º Ciclo, no Agrupamento (1), na Escola ao lado, nos outros Agrupamentos, no Concelho, nos outros Concelhos, todos e cada um em contacto com os seus amigos e colegas de coração propondo que se façam reuniões idênticas, em que surjam propostas, e que, aos poucos, a luta se organize.

Entre nós, os passos seguintes foram definidos e identificados os responsáveis por cada uma das tarefas: chamar com urgência ao Agrupamento os representantes das diferentes estruturas sindicais (2); comunicar a muitos outros, por sms, por mail, no FACEBOOK, na BLOGOSFERA, o que aconteceu na nossa reunião e que, em consequência e com ambição e urgência, queremos que aconteça em todas as outras (3); fazer pontes com outras estruturas profissionais ligadas a outras profissões e com outros sectores de actividade ligados, por exemplo, à formação inicial e contínua de docentes (4); envolver os pais e os encarregados de educação nesta luta que é também pela qualidade da educação em Portugal (5); reinventar a greve procurando outras formas que pesem menos na carteira de todos e de cada um, mas que sejam pesadas no dia-a-dia de quem “desgoverna” (6); a zelosa utilização exclusiva, para produção de instrumentos educativos, das ferramentas e dos materiais disponíveis no nosso contexto de trabalho (7); a elaboração de uma tarja com mensagem forte, abrangente, motivadora e dignificadora da nossa luta (8); a produção de uma mensagem na mesma linha que possamos enviar por sms ou que nos acompanhe diariamente quando utilizamos os nossos veículos (9); a elaboração de um texto para enviar por mail aos deputados das diferentes forças políticas representadas na Assembleia da República (10); a possibilidade de constituição de um Movimento formalmente organizado e estruturado (11); a realização de um plenário concelhio e/ou de uma manifestação concelhia, eventualmente envolvendo outros sectores de actividade (12); a elaboração de uma moção que consubstancie o que pensámos na Quinta-feira, o que pensamos hoje, o que nos move sempre! Uma carreira digna, respeitável e respeitada, que sirva Portugal! (13)



(1) – João Rato, Álvaro Santos, Maria José Cruz, Maria da Paz Lacueille, Fernando Afonso, Antonieta Paixão, Lina Karam;

(2) – João Rato, Fernando Afonso e outros colegas ligados a outros sindicatos que entretanto se identifiquem;

(3) – Todos nós com energia; a Maria João Nogueira junto do Movimento Escola Pública; o Sílvio fará chegar os documentos que formos produzindo a muitas outras escolas com quem tem vindo a trabalhar recentemente;

(4) – Talvez aqui, por exemplo no que respeita à ESE, seja mais fácil a intervenção dos colegas do 1º Ciclo e do Pré-Escolar; o colega Victor Ferreira falará com o CFAE Ordem de Santiago;

(5) – Ainda por definir nesta fase;

(6) – Na sequência da reunião com os representantes sindicais;

(7) – Todos em consciência;

(8) – Os colegas de EVT e de EV saberão organizar-se;

(9) – Fátima Pais e Lurdes Florindo;

(10) – Colegas Victor, Alexandra, Terêncio e Sandra, durante o fim-de-semana; a Alexandra e o António Caracol farão chegar ao João Rato os diferentes endereços mails que depois serão divulgados, juntamente com o texto produzido, por todos para que todos o enviem;

(11) – Proposta do António Caracol que teremos que analisar e avaliar já na fase seguinte;

(12) – Para analisar e avaliar estratégias com as estruturas sindicais;

(13) - Coelgas Odete, Sonja, Ivone e Caracol

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